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sexta-feira, 7 de junho de 2013

O Futuro do Rock n' Roll

Antes de falar qualquer coisa, talvez seja interessante que vocês vejam esse documentário.


Há um tempo atrás, quando vi este documentário com meu namorado, perdemos algum tempo discutindo sobre o futuro da cena rock do país. Não somos especialistas nem nada, mas crescemos nesse meio e sabemos muito sobre.

Eu não sou muito otimista, na verdade sou é muito pessimista, com o futuro do Rock n' Roll. Em uma parte do documentário recebemos a pergunta: "O Rock n'Roll vai acabar? Qual é a do Rock n'Roll?" Eu estou aqui para lhe fazer essa pergunta e falar o que eu acho.

INDEPENDENTE DO QUE EU DISSER AQUI, SE VOCÊ TEM ALGO A DIZER, DIGA NOS COMENTÁRIOS.

Eu acho que o Rock n' Roll, não só enquanto movimento, mas como música, tem seus dias contados. Consigo imaginar claramente um grupo de velhos enrugados daqui uns anos, falando da "música daquele tempo" e que "o jovem de hoje não se importa mais com a musicalidade" e todo esse papo de velho.

Você pode até não gostar, mas o novo sempre vem. Quantas pessoas você vê pensando em compor uma ópera? Provavelmente ninguém, ópera era entretenimento de gente rica e a música foi se popularizando. Entrando no século XX a música teve sua fase mais experimental, ninguém mais aguentava a música romântica do século XIX. Em vários países houve tendencias diferentes e nos Estados Unidos veio o Jazz. Mesmo assim, quantos artistas que fazem jazz você conhece? Só valem os vivos. Tenho certeza que qualquer um que seja o número, não é metade dos grupos de Rock, Punk, Metal ou seja lá o que, que você conhece.

O Jazz seguiu por um bom tempo, juntamente do blues, e n já quase no fim dos anos 50, houve a explosão fenomenal da primeira coisa que chamaram de Rock n' Roll, hoje a gente já chama isso de Rockabilly na maior parte das vezes. Então seguimos, nos anos 70 as bandas voltaram a mudar e no fim da década já estávamos dividindo entre punk, hard rock, metal... a inovação continuou e também em meados dos anos 70 houve um movimento de revival do Rockabilly, surgindo assim bandas como Stray Cats. Haviam se passado apenas 20 anos e o movimento já precisava de um revival. Mas não havia com o que se preocupar, afinal o Rock n' Roll era o topo e continuava se inovando dia após dia.

Ao final dos anos 80, aparentemente as pessoas já estavam desanimando de seus poodlehairs e de suas calças apertadas. Pariram um loirinho em Seatle que tava pé da vida, veio o grunge. Até aqui tudo bem, o rock conseguiu se atualizar e se manter novo, apesar de tudo, mas isso também aconteceu com todos os outros estilos antes dele. O jazz dos anos 20 não é o mesmo dos anos 40, mesmo assim chamamos tudo de jazz, apenas.

Entendendo o jazz como morto, ele serve agora de referência para bandas de "Eletro jazz" ou para todos esses grupos que tem o nome terminado em "Circus", mas jazz, propriamente dito, não é. E isso acontece com tudo que entendemos que seja música e arte. Por que diabos com o tão glorioso Rock seria diferente? 

Não digo que ele DEVE morrer, mas acontece um dia. Você pode atrasar o quanto for, mas a geração que foi adolescente nos anos 90 é a próxima geração de caretas. E QUE O NOVO VENHA! Hoje, mais do que nunca, temos acesso a uma gama imensa de informação. Por que se prender sofrendo pela morte de algo que já apodrece? Dar início a uma nova geração musical, com nome próprio e assinatura, esclarecendo que "aqui termina o Rock n'Roll" não é algo ruim. Assim como o jazz, o blues e o rockabilly, o rock no geral já está na sua hora de servir de referência.

Esse documentário consegue se resumir em: "falta de cultura pra cuspir na estrutura". Mas não significa que essa cultura vá vir do rock n'roll, mesmo sendo um ótimo som para protesto.

Você vai poder continuar ouvindo seu sonzinho todos os dias se quiser, mas isso mantem o Rock n' Roll vivo dentro de você, apenas. E não é disso que estamos falando, embora não possa ser descreditado.

Já viajei muito nesse post. Por favor, lembrem-se de comentar o que acham, se vocês acham que é um ciclo, se vocês acham que o Rock n' Roll é eterno... Quero saber.

Um comentário:

  1. Sobre o doc:
    O que eu mais gosto nesse doc. é o contraste que se dá ao entrevistar uma banda desconhecida no meio de outras mais velhas e algumas AINDA MAIS velhas. Todas de estilos diferentes umas das outras, para discutir um mesmo assunto: Fazer rock no Brasil.
    Divertido pra alguns, desanimador para outros...

    Sobre os seus questionamentos:
    O "espírito Rock n' Roll" é desde o seu início uma excelente jogada de marketing que glamouriza a rebeldia da juventude de alguma forma. Tal glamourização já existia antes mesmo da própria expressão "Rock and Roll" existir. O "Sexo, drogas e..." foi só um complemento conveniente para uma determinada época e que, por sinal, em nenhuma época posterior deixou de ser válido. Portanto, na questão comportamental, acho que o Rock não morre. E, considerando que a questão comportamental vem influenciando a juventude desde sempre, musicalmente ele acaba não morrendo também. É como é dito na ciência sobre a natureza, em que nada é totalmente perdido, apenas transformado.
    O nome Rock n' Roll está patenteado por uma industria inabalável. Inocente é quem acha que existe um jeito certo de se fazer rock, pois ele é só uma marca da qual alguns tentam fugir enquanto outros gozam das maravilhas do sonho "rockstar."

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